Forward from: Bruno Carvalho // Donbass
Já ninguém consegue esconder o fracasso da performance militar das forças ucranianas com a participação directa e indirecta de governos ocidentais. A braços com fissuras noutras regiões do planeta, os principais aliados de Kiev já põem água na fervura da retórica belicista de Zelensky. A Ucrânia vai ser obrigada a falar de paz com a Rússia e quanto mais tarde isso acontecer pior será o poder negocial dos representantes ucranianos. A Ucrânia não vai conseguir expulsar as forças russas e isso representa não só uma derrota para Kiev mas também para todo o Ocidente. Depois do desastre no Iraque, Afeganistão, Síria e Líbia, os Estados Unidos e a União Europeia, mas sobretudo a NATO, voltam a sair mal na fotografia. Com o apoio a Israel no maior massacre de que há memória no menor tempo possível numa guerra, a hipocrisia ocidental ficou exposta à vista de todos. O apoio à Ucrânia não teve a ver com a defesa da liberdade e de valores europeus. Não precisamos de apoiar a Ucrânia ou a Rússia, nem precisamos de apoiar Israel ou a Palestina, para entender que não há qualquer humanismo nas decisões políticas que estão por trás do apoio financeiro e militar a Kiev e a Telavive. Se assim fosse, o Ocidente teria obrigado a Ucrânia a cumprir os Acordos de Minsk, os tais que Angela Merkel assumiu terem sido apenas para ganhar tempo e reforçar militarmente Kiev. E, se assim fosse, o Ocidente já teria reconhecido o Estado palestiniano e obrigado Israel a abandonar a política de apartheid e colonização. Se é certo que entrámos numa era de incerteza em que não conhecemos na totalidade os interesses de todos os actores, parece ser bastante óbvio que estamos a assistir à debacle do imperialismo ocidental. A imagem de iemenitas a dançarem com bandeiras palestinianas sobre o convés de um navio israelita capturado pelas forças houtis é a metáfora perfeita.
👇👇👇
👇👇👇