https://legio-victrix.blogspot.com/2020/06/andrea-virga-indios-e-identidade-mesmo.html
"Nos últimos meses, os indígenas americanos, vulgarmente chamados “índios”, parecem ter voltado “à moda”. Em março, o novo presidente do México, o populista de esquerda Andrés Manuel López Obrador, começou a exigir um pedido de desculpas da Espanha e do Papa pela conquista ocorrida cinco séculos antes. Por outro lado, seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, havia se distinguido por uma abordagem completamente oposta, fortemente antagônica aos povos indígenas do Brasil, culpados de viver há milênios em territórios ricos em recursos naturais. Mais tarde, em outubro, realizou-se o Sínodo da Amazônia, com uma controvérsia contígua sobre a aculturação, intensificada pela exibição de algumas estátuas da Pachamama em uma igreja romana. Finalmente, chegamos aos recentes acontecimentos na Bolívia, com a derrubada subversiva do Presidente Evo Morales, o primeiro presidente indígena eleito na América do Sul.
Em todos estes casos, a discussão do tema no debate local, para variar, deixou a desejar. À esquerda, estão agarrados ao mito roussseauniano do bom selvagem, mas isso não deve nos surpreender, dada a tendência de certos pensamentos neoiluministas de brincar com tipos ideais que não correspondem à realidade, como os rebeldes sírios moderados e o capitalismo ético. Os governos pós-coloniais independentes, ligando-nos ao primeiro exemplo, têm falhas mais graves para com os nativos do que a Igreja ou a Coroa espanhola, que se comprometeram desde o início, embora muitas vezes em vão, a proteger as populações nativas da ganância feroz dos colonizadores e conquistadores. Nem – para dizer a verdade – havia realmente necessidade de um sínodo especial para a região amazônica, agora que as novas fronteiras da evangelização são a África e a Ásia Oriental".
"Nos últimos meses, os indígenas americanos, vulgarmente chamados “índios”, parecem ter voltado “à moda”. Em março, o novo presidente do México, o populista de esquerda Andrés Manuel López Obrador, começou a exigir um pedido de desculpas da Espanha e do Papa pela conquista ocorrida cinco séculos antes. Por outro lado, seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, havia se distinguido por uma abordagem completamente oposta, fortemente antagônica aos povos indígenas do Brasil, culpados de viver há milênios em territórios ricos em recursos naturais. Mais tarde, em outubro, realizou-se o Sínodo da Amazônia, com uma controvérsia contígua sobre a aculturação, intensificada pela exibição de algumas estátuas da Pachamama em uma igreja romana. Finalmente, chegamos aos recentes acontecimentos na Bolívia, com a derrubada subversiva do Presidente Evo Morales, o primeiro presidente indígena eleito na América do Sul.
Em todos estes casos, a discussão do tema no debate local, para variar, deixou a desejar. À esquerda, estão agarrados ao mito roussseauniano do bom selvagem, mas isso não deve nos surpreender, dada a tendência de certos pensamentos neoiluministas de brincar com tipos ideais que não correspondem à realidade, como os rebeldes sírios moderados e o capitalismo ético. Os governos pós-coloniais independentes, ligando-nos ao primeiro exemplo, têm falhas mais graves para com os nativos do que a Igreja ou a Coroa espanhola, que se comprometeram desde o início, embora muitas vezes em vão, a proteger as populações nativas da ganância feroz dos colonizadores e conquistadores. Nem – para dizer a verdade – havia realmente necessidade de um sínodo especial para a região amazônica, agora que as novas fronteiras da evangelização são a África e a Ásia Oriental".