Na própria dicotomia capitalismo-comunismo, fugindo dos conceitos de direita-esquerda, encontramos o mesmo problema. Afinal, o capitalismo é um monstro padronizador e opressor ou é uma anarquia social-econômica? E o comunismo, um monstro padronizador e opressor ou é uma anarquia social-econômica? Ora, por que não aceitar ambas as hipóteses, tanto para o capitalismo como para o comunismo? Ambos anulam o valor, o caráter, a personalidade humana, atomizam o homem ao mesmo tempo em que universalizam a sociedade, rumo a um coletivismo absoluto – em ambos, o homem é reduzido a um número, em ambos é “só mais um”, em ambos a igualdade, o que quer dizer indiferenciação e desvalorização dos talentos e caráteres. Ambos nivelam os homens e dão valor à soma de indivíduos, destruindo o direito de talentosos e os oprimindo com a algazarra da “maioria”.