Patrística Patrística é o nome que se dá ao conjunto dos primeiros filósofos cristãos, porque eles foram os pais (𝑝𝑎𝑡𝑟𝑒𝑠, em latim) da Igreja Católica, os fundadores do pensamento filosófico cristão. Esses filósofos estabeleceram as principais questões do cristianismo e fundaram boa parte das noções que vieram a ser, posteriormente, os Dogmas da Igreja. Hoje em dia, pode parecer estranho que uma filosofia seja baseada em uma religião. Vindo, por exemplo, que a filosofia grega nasce como a busca de uma explicação racional sem recorrer a mitos nem a seres sobrenaturais, como os "Deuses", afastando-se da religião. Contudo, a partir do século II, os Padres gregos estabeleceram relações entre o cristianismo e a filosofia, tanto para condená-la como absorvê-lá à religião. Questões discutidas por diversas escolas filosóficas da época, como o estoicismo, o aristotelismo e o neo-platonismo, passaram a ser pensadas também pelo cristianismo nascendo aí uma filosofia cristã. O filósofo francês Étienne Gilson explica o que significa uma filosofia cristã:
''O filósofo cristão não tentará transformar a fé em ciência por uma estranha Química que pretendesse combinar essências contraditórias. O que o filósofo cristão se pergunta é simplesmente se, entre as proposições que ele crê verdadeiras, não há um certo número que sua razão poderia saber verdadeiras. Enquanto funda suas asserções na convicção íntima que sua fé lhe confere, o crente continua sendo um simples crente e ainda não ingressou no Domínio da filosofia. Mas, assim que encontra entre as suas crenças verdades que podem se tornar objetos de ciência, ele se torna filósofo , e, se é à fé cristã que ele deve essas novas luzes filosóficas, ele se torna um filosófo cristão. " – Éttiene Gilson. O Espírito Da Filosofia Medieval. São Paulo: Martins Fontes, 2006 P.44. Siga: @grattiaplena.