Após o discurso de abertura, a conferência foi precedida por uma apresentação do Ministro da Justiça brasileiro BRASÍLIA 00001282 002 OF 003 Gilson Dipp, que forneceu um panorama da história legislativa e política da legislação brasileira sobre lavagem de dinheiro e atividades ilícitas. O juiz federal brasileiro de lavagem de dinheiro, Sergio Moro, discutiu as 15 questões mais comuns que ele vê em casos de lavagem de dinheiro nos tribunais brasileiros. Os apresentadores dos EUA discutiram vários aspectos relativos à investigação e julgamento de casos de financiamento ilícito e lavagem de dinheiro, incluindo cooperação internacional formal e informal, confisco de bens, métodos de prova, esquemas de pirâmide, barganha, uso de exame direto como ferramenta e sugestões sobre como lidar com Organizações Não Governamentais (ONGs) suspeitas de serem utilizadas para financiamento ilícito. Além disso, foi apresentada uma preparação de testemunha simulada e um exame direto. Ao final de cada dia, uma hora foi reservada para todos os apresentadores responderem a quaisquer perguntas adicionais e permitirem que os participantes levantassem tópicos adicionais. Esta parte da conferência foi sempre animada, e resultou em discussões de inúmeros tópicos, bem como sugestões dos brasileiros sobre como trabalhar melhor com os EUA RESULTADOS: TÉCNICAS PRÁTICAS ÚTEIS. Os participantes elogiaram o treinamento prático e solicitou treinamento adicional sobre a coleta de provas, interrogatório e entrevistas, habilidades de sala de tribunal e o modelo de força-tarefa. Os participantes também elogiaram a qualidade das apresentações e destacaram o simulado de interrogatório direto de uma testemunha como ponto alto da conferência. Eles enfatizaram a importância de discutir técnicas práticas de investigação e julgamento, e a demonstração de exemplos concretos de cooperação entre policiais e promotores. Por fim, muitos comentaram que queriam aprender mais sobre o modelo de força-tarefa proativa, desenvolver uma melhor cooperação entre promotores e agentes da lei e ganhar experiência direta no trabalho em casos financeiros complexos de longo prazo. Os participantes brasileiros procuraram o RLA e o LEGAT durante a conferência para discutir como melhorar o sistema jurídico brasileiro, especialmente na área de investigações e processos financeiros complexos. Os brasileiros explicaram que a democracia brasileira mal tem 20 anos; portanto, juízes federais brasileiros, promotores e agentes da lei são novos no processo democrático e não foram treinados no básico de investigações de longo prazo, forças-tarefas proativas, e o uso bem-sucedido da advocacia no tribunal. Além disso, eles se veem incapazes de usar efetivamente seu novo código penal, pois várias mudanças recentes alteraram completamente a maneira como as provas são apresentadas em tribunal. Por exemplo, o RLA defendeu com sucesso as recentes mudanças no código de processo penal brasileiro, que exige o exame direto de testemunhas pela acusação e pela defesa, e não pelo juiz, e usa depoimentos ao vivo em vez de declarações escritas. Muitos brasileiros, no entanto, confessaram que não sabem usar essas novas ferramentas, mas têm muita vontade de aprender. TREINAMENTO FUTURO: FORÇA-TAREFA DE FINANÇAS ILÍCITAS 9. (U) A conferência demonstrou claramente que o setor judiciário brasileiro está muito interessado em se engajar de forma mais proativa no combate ao terrorismo, mas precisa de ferramentas e treinamento para se envolver efetivamente. Atualmente, a abordagem mais eficaz para encarcerar um suspeito de terrorismo é julgá-lo por um crime antecedente, como tráfico de drogas ou lavagem de dinheiro. De fato, muitos dos participantes brasileiros da conferência atuam exclusivamente nos Tribunais Federais de Lavagem de Dinheiro do Brasil, estabelecidos em 1998 em conjunto com uma lei de lavagem de dinheiro.