8. O pecado começa “doce” e acaba “amargo”. O deleite carnal (para nos circunscrevermos a este) ilude a razão, lisonjeando os nossos piores instintos. Na boca, porém, fica o gosto amargo da “consciência pesada”. Entre outros vícios, o hábito de mentir, por exemplo, atua de modo análogo.
Exemplo1: o mentiroso não gosta de ser chamado como tal, embora esteja viciado na mentira; logo, sabe que mentir é uma vergonha, mas insiste em enganar-se a si mesmo quando finge menosprezar o mal que há em ser contumaz mentiroso.
Exemplo 2: o preguiçoso nunca se esforça para sair da preguiça e fazer algo de útil; no entanto, se alguém exigir que ele saia da preguiça, será capaz até de brigar ferozmente por causa disso; logo, a apatia do preguiçoso é uma espécie de droga que o imobiliza, e é só para não ter iniciativa, pois ele se acostumou a não fazer força sobre si, para sair da inércia, torpor e indolência — reage unicamente quando alguém o impede de viver à margem de qualquer forma de esforço. Torna-se, então, um “leão” de vigor quando canaliza a sua reatividade (quase nula) pelo único conduto que, longe de conduzi-lo à emenda, ainda mais o atola no vício, ou seja, quando é para rejeitar (desta feita, “sem indolência”) a reprimenda daquele que pretende libertá-lo do vício da moleza.
9. A pessoa pode fugir de tudo o que o incomoda, mas é incapaz de extirpar de si a voz da própria consciência, que, em caso de “forfait”, inapelavelmente o acusa. Não ter paz com a própria consciência, eis o pior castigo do pecador.
10. A falsa euforia, que leva a pessoa a pecar, provoca o remorso e a tristeza numa proporção muito maior do que aquela expectativa de gozo que o pecado ilusoriamente fomenta.
Exemplo1: o mentiroso não gosta de ser chamado como tal, embora esteja viciado na mentira; logo, sabe que mentir é uma vergonha, mas insiste em enganar-se a si mesmo quando finge menosprezar o mal que há em ser contumaz mentiroso.
Exemplo 2: o preguiçoso nunca se esforça para sair da preguiça e fazer algo de útil; no entanto, se alguém exigir que ele saia da preguiça, será capaz até de brigar ferozmente por causa disso; logo, a apatia do preguiçoso é uma espécie de droga que o imobiliza, e é só para não ter iniciativa, pois ele se acostumou a não fazer força sobre si, para sair da inércia, torpor e indolência — reage unicamente quando alguém o impede de viver à margem de qualquer forma de esforço. Torna-se, então, um “leão” de vigor quando canaliza a sua reatividade (quase nula) pelo único conduto que, longe de conduzi-lo à emenda, ainda mais o atola no vício, ou seja, quando é para rejeitar (desta feita, “sem indolência”) a reprimenda daquele que pretende libertá-lo do vício da moleza.
9. A pessoa pode fugir de tudo o que o incomoda, mas é incapaz de extirpar de si a voz da própria consciência, que, em caso de “forfait”, inapelavelmente o acusa. Não ter paz com a própria consciência, eis o pior castigo do pecador.
10. A falsa euforia, que leva a pessoa a pecar, provoca o remorso e a tristeza numa proporção muito maior do que aquela expectativa de gozo que o pecado ilusoriamente fomenta.